Jejum
O jejum é um método muito eficaz para promover a limpeza do organismo. Consiste em um período no qual só se bebe água em abundância de preferência mineral. O jejum proporciona ao organismo um período de descanso, no qual o equilíbrio se restabelece e o corpo recupera o apetite saudável.
Ao parar de comer utilizamos nossas reservas nutritivas e é durante este período que as toxinas presentes no corpo se transformam em energia utilizável e o nosso corpo se purifica. Segundo Edgardo Caramela em seu livro La dieta del Yôga, no jejum o corpo começa o processo de autólise, que consiste na digestão de si mesmo que acontece no interior das células. Rosangela de Castro, no livro O gourmet vegetariano, relata que durante o jejum o corpo se coloca em estado de alerta, aciona as defesas naturais e se fortifica.
O primeiro jejum é o mais difícil, pois há uma maior quantidade de toxinas no corpo, e na corrente sanguínea o que pode ocasionar dores de cabeça, náuseas e abatimento em um primeiro momento. Mas logo os sintomas desaparecem e dão lugar a sensação crescente de maior energia e vitalidade.
Deve-se finalizar o jejum com a ingestão de alimentos de fácil digestão como frutas cozidas e sopa de legumes e aumentando a complexidade alimentar gradativamente, para que o trabalho de limpeza do corpo não se interrompa bruscamente.
Dieta de frutas
A dieta de frutas proporciona uma depuração profunda, uma ótima limpeza orgânica e uma boa nutrição. Nela a ingestão de todo tipo de frutas cruas e frescas é ilimitada. A ingestão de frutas secas e descascadas deve ser feito como um complemento, sem exagero, elas são importantes, pois fornecem sais minerais, vitaminas, ácidos graxos e gorduras essenciais ao organismo, mas não devem ser consumidas em excesso. A dieta de frutas pode ser uma alternativa ao jejum.
A Importância do jejum para o cérebro
Nossa mente funciona bem ou mal dependendo da saúde de nosso cérebro. A alimentação tem que ver com nosso humor e comportamento, porque ela afeta o cérebro devido aos nutrientes, saudáveis ou não, que vêm do alimento que ingerimos.
Estudos têm mostrado que o jejum ajuda o cérebro, além do corpo como um todo. Jejum é um meio excelente para nosso organismo se recuperar de estresse físico e mental. O jejum pode ser feito um dia por semana, o que seria ótimo para a saúde.
Uma experiência com um tipo de rato mostrou que os ratos que comiam regularmente e sem jejum viviam 500 dias, enquanto que os que foram colocados num jejum de um dia por semana, vieram 750 dias.
Escolha um dia da semana para seu jejum. Claro que não há nenhuma obrigação em fazer todas as semanas. E há opções de jejum. O mais benéfico para a saúde, em pessoas sem problemas endócrinos como diabetes, etc., seria o jejum total no qual a pessoa ingere somente água ao longo daquele dia. Uma segunda opção é o jejum de sucos na qual você toma um suco à cada 3 horas, começando 7 da manhã e indo até 7 da noite. Intercalando com suco de frutas (pode usar mais de uma fruta no mesmo suco) e suco de verduras. Às 7 da noite você pode, se quiser, tomar um caldo (sopa de legumes rala, líquida).
Outra modo de fazer jejum de um dia é comer somente frutas frescas. Neste caso tome três refeições de frutas ao dia, manhã, tarde e noite. Use frutas variadas, podendo incluir milho cozido (sem colocar sal, manteiga ou azeite), tomate crú e azeitonas.
O jejum aumenta o processo de autofagia nas células do sistema nervoso em nosso corpo. Ou seja, estas células reciclam o “lixo” (radicais livres, toxinas) e fazem reparação delas. Quando algo impede a autofagia, ocorre neurodegeneração, prejudicando o cérebro.
Há uma proteína chamada BNDF – Brain-Derived Neurotrophic Factor – ou Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro, que interage com neurônios (células do sistema nervoso) em áreas cerebrais como hipocampo, córtex, lobo frontal e pré-frontal (área nobre do cérebro onde funcionam as funções de raciocínio, memória, aprendizado, inteligência, etc., chamadas de “funções executivas). A BNDF ajuda os neurônios a sobreviverem enquanto estimula o crescimento de novos neurônios (neurogênese) e o desenvolvimento de sinapses (linhas de comunicação entre os neurônios).
Experiências com animais de laboratório com sintomas semelhantes a Doença de Alzheimer, mostraram que baixos níveis de BNDF estavam presentes. Ao dar-se aos animais suplemento de BNDF, houve melhora da morte neuronal, da perda da memória e do prejuízo cognitivo.
O neurocientista, Dr. Mark Mattson, do Instituto Nacional do Envelhecimento, nos Estados Unidos, verificou que o jejum intermitente pode induzir a neurogênese (produção de novas células do sistema nervoso central) e proteger contra prejuízos e doenças cerebrais. Dr. Mattson desenvolveu a ideia de uma dieta que ele chamou de “dieta 5:2”, que significa comer quantidade normal de comida saudável por 5 dias na semana e comer somente uma pouca quantidade (500 a 600 calorias) durante dois dias semanais. Os benefícios para a saúde geral com esta opção são grandes.
O mais comum tipo de AVC – Acidente Vascular Cerebral – é o isquêmico (88% de todos os derrames cerebrais). Neste tipo de AVC um vaso que leva sangue para o cérebro fica bloqueado por um coágulo. Sem sangue na região, não chega ali oxigênio e outros nutrientes, e pode ocorrer dano cerebral. Em modelos animais de AVC, o jejum regulou a proteína BNDF e outras proteínas neuroprotetoras, reduzindo a mortalidade e inflamação cerebral, aumentando a cognição.
Parece que na depressão a BNDF está diminuída no cérebro dos deprimidos. Vale à pena um deprimido tentar fazer um jejum e observar. Alguns estudos com deprimidos que foram privados do sono, se observou uma melhora. E provavelmente privar o deprimido de algumas poucas refeições num dia possivelmente ajudará o cérebro a funcionar melhor para ajudar na recuperação da depressão.